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quarta-feira, 7 de julho de 2010

♥ Sérgio Marone News ♥

Sérgio Marone confirma participação no Palco Literário.

Já dura mais de uma década a relação de Walcyr Carrasco com bienais do livro. Autor de telenovelas - "Caras e bocas", "O cravo e a rosa" - e de livros infanto - juvenis como "Meus dois pais", "Vida de droga" e "A corrente da vida", o escritor já deu palestras e autografou suas obras em eventos dedicados à literatura nos quatro cantos do Brasil e diz que, se fosse possível, iria a todas as bienais brasileiras. Fã do encontro entre autores e leitores e entusiasta da tarefa de mostrar que ler é diversão, Carrasco assumiu um novo papel na Bienal do Livro de São Paulo de 2010. Será um dos curadores do evento, que acontece de 12 a 22 de agosto, e inaugura um novo espaço no Anhembi: o Palco Literário.
Convidado pela Câmara Brasileira do Livro para assumir a função, ele chamou 12 atores para ler trechos de suas obras preferidas. Regina Duarte, Nívea Stelmann, Ary Fontoura, Paulo Goulart e Sergio Marone já confirmaram participação. Trata-se de um modelo bem parecido com o Livro em Cena da Bienal do Rio de 2009, que teve curadoria de Paulo José e participação de Matheus Nachtergaele, Tony Ramos e Marília Pêra, entre outros.
Cada ator pode escolher um texto de que goste. A ideia é que mostrem suas emoções de leitor, o que valoriza o texto e o torna fascinante para o público - diz Carrasco, que convidou um elenco variado, capaz de atrair públicos de diferentes idades e perfis.
Outra novidade da 21 Bienal será uma sessão aberta ao público da Academia Paulista de Letras. Enquanto tomam chá, os imortais vão falar sobre a obra de Monteiro Lobato, um dos homenageados do evento, ao lado de Clarice Lispector.
Lygia Fagundes Telles e Paulo Bomfim conviveram com Lobato, e Tatiana Belinky foi a primeira acadêmica a traduzi-lo. Portanto, esta sessão aberta da APL tem tudo para ser inesquecível - diz Carrasco, que elogia o esforço das bienais em atrair público:
As bienais estão fazendo um movimento forte para atrair o público, o que tem sido muito bem pensado por despojar o livro de seu caráter obrigatório. O esforço é válido para mostrar que ler é prazeroso. Quando o hábito da leitura é conectado com imagens mais populares como a dos atores, o grande público recebe a mensagem de que ler é legal, de que um grande clássico pode ser agradável - avalia Carrasco.

Temas difíceis em livros infantis

Ele se diverte quando tem oportunidade de encontrar seus leitores. Já foi vítima da sinceridade infantil, quando ouviu que era "mais gordo" do que na foto da orelha de um livro. Mas também aprendeu a evitar o moralismo e a se municiar de informação ao escrever para jovens:
"A corrente da vida" foi o primeiro livro a falar sobre Aids para adolescentes. Em uma palestra, na qual permiti que perguntas anônimas fossem feitas, alguém perguntou se era possível esterilizar uma seringa já usada. Quis dar uma resposta assustadora e até moralista, e disse que não. Um garoto de 11 ou 12 anos levantou-se, disse que eu estava errado e explicou como se faz. Percebi que escrever para jovens não é simples. Muitas vezes eles sabem mais do que eu.
Assim como faz nas telenovelas e no teatro, a literatura de Walcyr Carrasco trata de tabus com delicadeza. Na coleção Todos Juntos (da qual faz parte, entre outros, "Meus dois pais", que aborda o casamento homossexual), o escritor aborda com leveza o preconceito contra quem é diferente.
Vejo a vida de maneira positiva. E acredito na transformação do ser humano. Um escritor não tem que dar a moral da história, mas, ao apresentar sua visão de mundo, acredito que ele colabora para mudanças. Preconceito é um tema difícil, pesado, ainda mais para quem o sofre, mas é importante abordar o assunto e desmistificá-lo - acredita Carrasco.



Beijo ♥

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